José Ronaldo critica concentração de poder no Congresso e desigualdade na distribuição de emendas
Durante coletiva realizada nesta semana, o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, fez duras críticas à atual configuração política do Brasil e à forma como os recursos federais são distribuídos entre os municípios. Segundo ele, embora a Constituição estabeleça o regime presidencialista, na prática, o país opera sob um modelo que se aproxima do semi-parlamentarismo.
“O Brasil hoje tem um regime semi-parlamentarista. Pela Constituição, é presidencialista, mas, na prática, quem comanda o país é o Congresso Nacional”, declarou o gestor.
De acordo com o prefeito, o protagonismo do Senado e da Câmara dos Deputados nas decisões nacionais tem se ampliado, refletindo diretamente na destinação de recursos por meio de emendas parlamentares. José Ronaldo apontou o contraste entre cidades pequenas que recebem grandes quantias e municípios de médio porte como Feira, que, segundo ele, ficam com valores irrisórios diante das necessidades locais.
“Conheço município com 70 mil habitantes que recebeu mais de R$ 200 milhões por meio de um deputado. Enquanto isso, em Feira, a gente recebe R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, no máximo R$ 5 milhões. Isso é muito pouco diante da demanda que temos aqui”, lamentou.
O prefeito destacou que obras estruturantes, como a duplicação de avenidas ou construção de vias expressas, exigem investimentos muito superiores aos valores normalmente enviados por emendas. “Só para fazer uma avenida como a Ayrton Senna, hoje, são necessários mais de R$ 15 milhões. Então o que significam R$ 5 milhões diante disso?”, questionou.
Por fim, José Ronaldo fez um apelo à população e às lideranças políticas locais para que reflitam sobre a importância da representatividade no Congresso. “Quem tem prestígio e poder real hoje são os deputados federais e os senadores. Eles são peças-chave para destravar investimentos e fazer os municípios crescerem. Feira de Santana precisa estar atenta a isso”, concluiu.
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