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Feira em História, assinada pelo jornalista Zadir Marques Porto

 A coluna Feira em História, assinada pelo jornalista Zadir Marques Porto, traz fatos históricos e curiosos sobre a cidade

Um panorama do desenvolvimento de Feira de Santana, durante cerca de meio século (1920/1970), período de maior necessidade da ação do governo estadual, e algumas das realizações aqui ocorridas, que vieram contribuir para a elevação da antiga ‘terra das boiadas’ à condição atual de metropolitana e cosmopolita Feira de Santana. Não há parâmetro para julgamentos, comparações, nem cobranças, tratando-se apenas de uma forma rememorativa do que aconteceu no enunciado período.  



É comum, vez em quando, ouvir alguém, ao comentar as potencialidades de Feira de Santana, usar a expressão ou algo semelhante a: ‘Feira cresce independente de governo’. Na verdade, a ‘Princesa do Sertão’ nasceu forte e praticamente independente de governanças, graças aos boiadeiros, vaqueiros, tropeiros e outros tantos homens de fibra que desbravaram o sertão, seguidos por comerciantes e pessoas oriundas de diferentes regiões que, aqui chegando e se estabelecendo, mantiveram essa dinâmica. Mas, a isso, e talvez até mesmo por essa pujança, vieram se somar muitas ações do governo estadual, fortalecedoras e propulsoras desse desenvolvimento.

Aqui, sem qualquer natureza político-partidária e até mesmo sem uma rigorosa cronologia, o objetivo é lembrar ações de governos passados que foram importantes na consolidação da liderança que hoje Feira ostenta macro regionalmente. Esse panorama prende-se até a década de 1970, período em que o município, jovem e em fase de consolidação, experimentou intensa movimentação nos seus diversos segmentos, necessitando de um maior volume de obras e empreendimentos do governo estadual.

Francisco Marques de Gomes Calmon, décimo-quinto governador eleito da Bahia (1924/1928), deu o primeiro passo ao iniciar as obras da rodovia Salvador/Feira de Santana e, vale lembrar também, embora sem relação direta à Princesa, outra ligando a capital baiana a Santo Amaro da Purificação, esta em concreto armado, sendo a segunda do gênero no país. No governo de Juracy Montenegro Magalhães, que foi interventor e governador eleito pela Assembleia (1931/1937), houve a transformação da Escola Normal de Feira em Escola Rural.

Landulfo Alves de Almeida, vigésimo-segundo governador da Bahia, nomeado interventor federal (1938/1942), caracterizou sua administração pela dinamização da economia do estado como um todo, gerando intensa mobilização no interior. Nesse governo, Feira de Santana ganhou o Aviário Modelo, a Usina de Algodão, grandes depósitos para recepção de sisal oriundo da região sisaleira (Serrinha, Conceição do Coité, Ribeira do Pombal etc.) e a Fazenda Experimental Cruzeiro do Mocó, que depois se destacou nacionalmente na criação do jumento Pega.

Interventor federal (1945/1946), no período de redemocratização, João Vicente Bulcão Viana foi o vigésimo-quarto governador do estado e, para Feira de Santana, criou o Segundo Juizado da Comarca. Após a redemocratização, Otávio Mangabeira foi o primeiro eleito, constituindo-se no vigésimo-sétimo governador (1947/1951). Luís Régis Pereira Pacheco, vigésimo-oitavo governador baiano (1951/1955), promoveu a pavimentação da rodovia Salvador/Feira (BR-324). No governo Antônio Balbino de Carvalho Filho, o vigésimo-nono da Bahia, foram criados os Matadouros Frigoríficos do Estado da Bahia (MAFRISA), com uma grande unidade sendo instalada em Feira de Santana e, no mesmo período, surgiu a Companhia de Armazéns e Silos (CASEB), também instalada nesta cidade.

No seu segundo governo e trigésimo da Bahia, Juracy Montenegro Magalhães (1959/1961) construiu a Escola de Aplicação anexa à Escola Normal de Feira de Santana (depois nominada Instituto de Educação Gastão Guimarães) e o Grupo Escolar Alto do Cruzeiro. Antônio Lomanto Júnior, trigésimo-primeiro governante baiano (1963/1967), instalou o Museu Regional de Feira, a Estação Rodoviária, o Hospital Colônia, promoveu a pavimentação asfáltica da rodovia Feira/Juazeiro, instalou o sistema de micro-ondas capital/interior, incluindo a cidade Princesa, e construiu o Fórum da Justiça.

Eleito pela Assembleia Legislativa, Luiz Viana Filho (1967/1971), após a Revolução de 1964, criou em 1968 a Faculdade de Educação (depois Universidade), o Centro Integrado de Educação e implantou o sistema de abastecimento de água do Paraguaçu. Através da Urbis, desenvolveu um amplo programa habitacional, construindo 606 casas em Feira e aprovou a edificação de mais 1.060 (núcleo do trabalhador).

Por Zadir Marques Porto


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